fotos: daniela moura
“Tempo” é um ritual. Um dispositivo de conexão ancestral.
Do centro da terra até o espaço além do tempo. De uma memória de ancestralidade e resistência, a um caminho para a liberdade e a sobrevivência.
Aprendi a respirar! Em um espaço mínimo, em uma fresta, em uma fenda, dentro de um grão. Como respiravam os meus nos porões do navio? Em uma penumbra, o invisível tão próximo, a borda. Alucinações, memórias, poesia sobre renascer. Sim! Sobrevivemos ao abismo em Ouidah. E de novo a areia imensa por debaixo do mar. Entre corais vejo corpos afundados, e dois continentes que já foram um. Quando? Tempo. Por que retornar ao trauma? Areia, magma, pedra, terra. Cura. Tempo é desmoronar-se.
Concepção em Performance: Inaê Moreira
Assistência de Direção: João Aleixo
Sons: Bella